Resumo rápido: A ansiedade é hoje um dos maiores desafios de saúde mental, intensificada pelo ritmo acelerado da vida moderna, pela hiperconectividade e por crises globais. No Brasil, os índices são alarmantes, colocando o país entre os que mais sofrem com o transtorno.
Panorama global e nacional
A ansiedade, antes considerada uma resposta natural do organismo diante de situações de perigo, transformou-se em um estado persistente e debilitante para milhões de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de ansiedade e depressão aumentou em 25% após a pandemia de covid-19. No Brasil, os números são ainda mais preocupantes: cerca de 26,8% da população apresenta diagnóstico de ansiedade, de acordo com a pesquisa Covitel 2023. Isso significa que mais de um quarto dos brasileiros convive diariamente com sintomas que afetam sua qualidade de vida.
Causas contemporâneas
Diversos fatores explicam o crescimento da ansiedade na atualidade:
- Ritmo acelerado da vida moderna: cobranças profissionais, excesso de tarefas e pouco tempo para descanso.
- Sobrecarga de informações: a hiperconectividade e o uso constante das redes sociais aumentam a sensação de comparação e pressão.
- Instabilidade socioeconômica: inflação, desemprego e crises políticas intensificam a insegurança.
- Questões ambientais e sociais: desastres naturais e polarização política também contribuem para o cenário de incerteza.
Impactos na saúde e na sociedade
A ansiedade não afeta apenas o bem-estar individual. Seus efeitos se estendem para:
- Produtividade no trabalho: dificuldade de concentração e aumento do absenteísmo.
- Relacionamentos pessoais: irritabilidade, isolamento e conflitos interpessoais.
- Saúde física: sintomas como insônia, palpitações, dores musculares e problemas gastrointestinais.
Estratégias de enfrentamento
Embora seja um desafio crescente, existem caminhos para lidar com a ansiedade:
- Práticas de autocuidado: exercícios físicos, meditação e técnicas de respiração.
- Limitação do uso de redes sociais: reduzir o tempo online ajuda a diminuir comparações e sobrecarga de informações.
- Apoio profissional: acompanhamento psicológico e psiquiátrico são fundamentais para casos persistentes.
- Políticas públicas: ampliar o acesso a serviços de saúde mental e campanhas de conscientização.
Conclusão
A ansiedade na atualidade é um reflexo direto das transformações sociais, econômicas e tecnológicas do nosso tempo. Mais do que um problema individual, trata-se de um fenômeno coletivo que exige atenção de governos, empresas e da sociedade civil. Reconhecer a gravidade do quadro e investir em soluções é essencial para garantir qualidade de vida e bem-estar às próximas gerações.
Risco e alerta: O aumento da ansiedade está diretamente ligado à hiperconectividade e à instabilidade social. Ignorar o problema pode gerar impactos econômicos e sociais de grande escala, como queda na produtividade e sobrecarga nos sistemas de saúde.
Autor: João Antonio dos Santos
Especialista em Psicanálise e Neurociência

